terça-feira, 21 de abril de 2009

Segundo dia: Começam os seminários e encontros com o autor.

Continua a cobertura online do coletivo Garapa (Foto: Rafael Avancini)

O segundo dia do Festival Internacional de Fotografia de Porto Alegre começou com a oficina do Coletivo Multimídia Garapa, que já colocou material dos participantes no blog da cobertura do festival e no Flickr.
A tarde começou com projeções e os primeiros encontros com o autor. Mais tarde, à partir das 18h, começa o seminário Fotografia Como Instrumento de Inclusão Social. Segue abaixo uma pequena resenha de cada apresentação.

Uma autobiografia fotográfica de Joaquim Marçal

O primeiro encontro com o autor contou com a presença do coordenador do Projeto de Preservação e Conservação do Acervo Fotográfico da Biblioteca Nacional, Joaquim Marçal. O pesquisador confessou que, há muito tempo, já não vivia diretamente de seus trabalhos como fotógrafo, mas manteve uma forte relação com materiais históricos que teve acesso na Biblioteca Nacional.
Após anos de insistência de alunos, amigos, e da coordenação do FesFotoPoa 2009, Marçal resolveu trazer a público sua coleção de antigos fotogramas. Nestas imagens, diversas fases da carreira de Joaquim Marçal foram reveladas, desde o tempo em que se interessava por fotografia de produtos, até ás viagens guiadas pela atenção aos passos de figuras importantíssimas da história da fotografia, como Fox Talbot e Niepce.

J.R. Ripper e a fotografia em busca da dignidade

J.R. Ripper no Encontros com o autor (Foto: Jorge Bueno)

"Minha proposta fotográfica é botar a fotografia a serviço dos direitos humanos," foram as primeiras palavras do encontro com o autor J.R. Ripper. O fotógrafo conhecido pelo forte fotodocumentarismo de denúncia, lembrou que o seu trabalho teve influências dentro da própria família, onde o ambiente afetivo o instigou para que buscasse as relações humanas em comunidades exploradas.
O material apresentado no FestFotoPoa 2009 evidencia diversos pontos do trabalho de Ripper. As denúncias se extendem ao trabalho escravo no campo e nas minas de carvão, à exploração dos trabalhadores que vivem da cana e à realidade da favela. Após a apresentação das fotos, a platéia questionou como Ripper se incluiu na realidade destas comunidades e como faz para sustentar os seus trabalhos.

A fotografia sob o olhar do excluído

Luiz Abreu fala sobre a exposição fotográfica do Boca de Rua (Foto: Rafael Avancini)

Ripper conta sobre o projeto Imagens do Povo (Foto: Rafael Avancini)

O seminário Fotografia como Instrumento de Inclusão Social apresentou dois projetos que, apesar de distintos, têm objetivos parecidos: oportunizar aos grupos carentes a possibilidade de exibir um olhar próprio das realidades de cada comunidade . No caso do Boca de Rua, em Porto Alegre, Rosina Duarte e Luiz Abreu comandam um jornal que é produzido por moradores de rua. No outro caso, o projeto Imagens do Povo, uma escola-agência de fotografia baseada na Favela da Maré, J.R. Ripper explicou como se dá todo o processo de formação dos fotógrafos que lá trabalham.
Foram apresentadas exposições dos projetos Boca de Rua e Imagens do Povo (Foto: Rafael Avancini)

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